sábado, 28 de novembro de 2009

Do vento invernal

Agora sim, via-o avançar confiante pelo seu caminho; e sentia-se orgulhoso. Dava-lhe satisfação ele ser diferente e o caminho que seguia ser mais direito e elevado do que aquele que ele próprio percorrera. A comparação não o humilhava. Não se arrependia de ter vivido como vivera. Se olhasse para trás, a sua vida podia assemelhar-se a uma intrépida viagem marítima; e as terras em que atracara tinham sido fecundas: vinhas cobertas de cachos que colhera sempre no ponto justo, nem verdes nem murchos. Tinha gozado a vida. Agora a vinha estava despida; parras tenazes mantinham-se ainda presas aos ramos; mas já sentiam os primeiros sacões do vento invernal...

in A Ilha de "Giani Stuparich"

foto de "ma®ia"

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