sábado, 29 de maio de 2010

Young Marble Giants

Foi disso que não falamos toda a noite: como teria sido possível ouvir, em devido tempo, o despojamento que - agora- já só do nada nos consegue aproximar às vezes?

in, Jukebox 1&2 " Manuel de Freitas"



quarta-feira, 26 de maio de 2010

Borboletas


Borboletas no estômago, batendo asas contra todas as paredes do corpo - não deixando que ele adormeça, inquieto e insatisfeito, voltado para dentro e para o passado.
in Borboletas, de Francisco José Viegas
foto : a insustentável leveza do ser

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Dizer o quê?

Pelo menos entre nós é assim: não há elogios, não há censuras, raramente há perguntas. Para quê? Há um estar ali que é já tanto. Diz-se sem as palavras e percebe-se que se diz e o que se diz porque o clima, não sei explicar de outra maneira, se torna diferente. Não falamos do que cada um faz: a gente sabe. Do que cada um sente: a gente sabe. Não se fala do sofrimento, não se fala da alegria: a gente conhece. É melhor desta forma.
In, Crónica de muito amor, ALA

sábado, 1 de maio de 2010

Ver-te é como ter á minha frente todo o tempo

Ver-te é como ter á minha frente todo o tempo
é tudo serem para mim estradas largas
estradas onde passa o sol poente
é o tempo parar e eu próprio duvidar mas sem pensar
se o tempo existe se existiu alguma vez
e nem mesmo meço a devastação do meu passado

in, Poesia de Ruy Belo
Foto de jla